De Campo Grande, onde me diverti bastante num jantar com os amigos matogrossenses do Fê - que estavam me tratando muito bem - fomos parar em Ponta Porã, divisa com Pedro Juan Caballero, Paraguay. Bom, caí nas compras. Até aí, uma delícia.
Depois, seguindo indicações, fomos jantar num tal de Julio. Uma espécie de bistrô residencial ,se é que isso existe (estávamos no Paraguay, certo?) O cara recebe somente "pessoas seletas" em sua casa, aconchegante, mas repleta que uns quadros de um pierrot estranho e colorido em todas as paredes. É que além de "chef", o cara também se diz artista plástico.
Fomos bem recebidos e acomodados em uma mesa com uma decoração meio exagerada feita com flores artificiais,uma estátua de, me pareceu, um deus inca e umas ovelhinhas de artesanato. Um sonzinho de harpas ao fundo dava o clima romântico do lugar.
As entradas estavam Ok. Um carpaccio de um tal de ramón cru que nada tinha a ver com nosso presunto parma e uns patês de queijo e alho.
O tal do Julio tinha bom papo e se apressou em nos falar sobre a qualidade da carne do Chaco paraguaio que havia nos preparado, com um spaguettini italiano da melhor qualidade, acompanhados de um vinho - ótima safra argentina.
Estávamos mortos de fome depois de um dia de estrada e compras. O vinho argentino nos pareceu ótimo para quebrar o cansaço. Chegou o jantar. O spaguettini estava meio seco. A saborosa carne do Chaco mais parecia um lagarto ao molho madeira. Sem falar num salsichão que surgiu no meio do jantar - era para ser aperitivo para conhecermos o sabor de uma "excelente linguiça" também do Chaco, sei lá - mas veio no prato do Fernando.
O tal do vinho já tinha feito seu efeito. Estávamos bobos e alegres demais, e continuamos no nosso animado papo paraguaio, rindo e ouvindo as histórias de nosso muy amigo Julio. Um paraguaio falsificado que teve coragem de nos cobrar uma fortuna por uma comidinha bem safada e por um vinho que, vimos no outro dia, custava U$7,00 no Shopping China. Bom, o que se poderia esperar de um bistro em Pedro Juan Caballero? Hasta la vista, Julio!
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