sexta-feira, 7 de junho de 2013
E enquanto o Felipe começa a ir ao cinema sozinho, o dente da Maria começa a cair, eu começo uns quereres diferentes: programa de culinária, cheiro de roupa lavada, ginástica de baixo impacto, lição de ciências no meio da tarde. Meus queridos reunidos na minha mesa, com minhas letras e meus amores. O meu
querer é um tempo de viver bem.
terça-feira, 21 de maio de 2013
sobre as viagens que estamos fazendo e as amizades que fizemos pra sempre
- Hj, no chat do face:
Dinha, conversei com a Si e ela disse que vai pra Londres em junho. Acho que já até falou com vc, né?
Enfim, então em julho ficam confirmados apenas os 4 Machado, rsrsr! vc pode nos receber na sua casa, numa boa? Sei que a trupe é grande, fique bem à vontade, ok? bjs, to muito feliz por poder estar com vc de novo!!!!
10:33
Fernanda Orrigo
Oi Sil, tudo certo.... receberemos voces com maior prazer!!!! Nao vejo a hora...
Amor,
Acho que ficaremos, nessa nossa viagem à Europa, hospedados como nunca ficamos. Sem hotel, sem cama feita, sem toalha limpinha e dobrada todos os dias quando voltarmos da rua.
Mas estaremos cercados de gente que queremos bem. E que nos querem assim tb.
Vamos ter, em Barcelona, o bom papo dos Sanches até tarde da noite. E em Londres, vamos ver como se vivem os britânicos.
Não vai ter experiência melhor para nossos filhos. Conhecer os países assim, vivendo como se vive neles.
Um bj,
Sil
quarta-feira, 24 de abril de 2013
terça-feira, 9 de abril de 2013
Em tempos de mudança
Lá, o tempo era o que não nos faltava. A gente acordava tarde, e ainda assim, vivia, vivia e vivia: o cheiro do café, o frio do vento,
a água quentinha da banheira; o acordar com o barulhinho das crianças brincando
na sala, o caminhar longo e lindo de todos os dias. Quer vida mais viva que
essa? Não pode ter sido só dez dias.
Porque juro, eu encontrei uma irmã linda e
feliz, que arrumava a cama, a mesa e o banho; vi meus sobrinhos loirinhos e
europeus, conversando com o moço espanhol do restaurante assim como conversavam
com o porteiro da escola daqui. Meu cunhado nos regando de alegrias e vinho dos
bons. Eu saboreei cada delícia que minha mãe preparou, coisas que não imaginei
em quase 39 anos de vida. Eu reencontrei uma amiga que nunca saiu do meu lado,
e limpamos a casa, fizemos compras e rimos, rimos e rimos! E a conversa era
longa e adentrava na noite. E falamos sobre uma vida inteira.
Eu vivi conviver com crianças todos os dias, ir àquitanda e ao supermercado a pé, tomar
conta de tudo e me deixar levar pelas ruas ao mesmo tempo. Eu saí sem medo e
era quase meia-noite. E a minha sobrinha de 10 anos buscou sozinha uma comidinha
na delicatessen do quarteirão ao lado, também destemida.
Eu vivi as crianças brincando em castelos, e o vento frio no rosto, e saí de novo pra comprar vinho numa noite de chuva, a pé e sem medo. Eu agradeci a Deus por estar no alto da montanha, por ter chegado lá “frutuantemente frutuante”, como disse a Maria, por ser acolhida na casa da minha família lá. Eu vi meu filho ganhar um autógrafo de um grande jogador de futebol e me olhar com olhos agradecidos.
Eu vivi as crianças brincando em castelos, e o vento frio no rosto, e saí de novo pra comprar vinho numa noite de chuva, a pé e sem medo. Eu agradeci a Deus por estar no alto da montanha, por ter chegado lá “frutuantemente frutuante”, como disse a Maria, por ser acolhida na casa da minha família lá. Eu vi meu filho ganhar um autógrafo de um grande jogador de futebol e me olhar com olhos agradecidos.
Eu desencanei do turismo e viajei. Os meus filhos gostaram
mais do parquinho público ao lado da casa da tia do que do Parque Guel. E um
Gaudi foi surgindo no coração deles porque curtiram a cidade e não a obra. Por isso, vivemos em Barcelona. Por dez dias, um novo estilo de vida que não se encontra fácil por aqui.
Mas, aqui é bom e quentinho, tem nossa casa, o trabalho e a escola. E tem o Fe. E voltar faz parte desse poder ir e vir que é o melhor continente do mundo.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Identidade Secreta
- Mamãe, diz a Maria, antes de dormir, toda afundada em seu travesseiro macio da Moranguinho:
- Eu preciso te contar um segredo, mas você não conta nunca, pra ninguém?
- Pode falar, Meg.
- Na verdade, eu seu uma espiã secreta. Ninguém pode saber!
- Ah, é? E quem você espiona, agente Maria?
- As minhas advogadas.
- Mamãe, diz a Maria, antes de dormir, toda afundada em seu travesseiro macio da Moranguinho:
- Eu preciso te contar um segredo, mas você não conta nunca, pra ninguém?
- Pode falar, Meg.
- Na verdade, eu seu uma espiã secreta. Ninguém pode saber!
- Ah, é? E quem você espiona, agente Maria?
- As minhas advogadas.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Faz dez anos que o Felipe chegou para mim. Foi num dia tranquilo e bonito que um bebê saudável e rechonchudo me fez entrar num estado de encantamento que até hoje me embala e me move.
Ele chegou inaugurando uma nova geração. Foi o primeiro filho, o primeiro neto, o primeiro sobrinho dos Bianchi Machado. Foi a primeira grande mudança na minha rotina, o primeiro grande sinal de que eu poderia ser muito mais do que uma garota legal que tinha um casamento estável, uma carreira promissora, amigos bacanas e família unida.
Lembro da mistura de sensações que me eram cotidianas: um amor imenso, um cansaço imenso. Uma enxurrada de visitas, uma invasão de empregadas, babás e conselhos, um Fernando confuso e uma Silvia em cacos. Lembro de não gostar do meu peito doendo e nem do cheiro do leite, mas de amar ter aquele bebê pertinho de mim, e de mais um monte de ambiguidades que me tornavam uma mãe tão típica, dessas de qualquer revista feminina, tão igual a dos livros, tão mulher quanto à vizinha ao lado. Foi a ficha da feminilidade caindo: a responsabilidade por prover o amor à família, por organizar uma casa, por esperar o marido com sua cria nos braços, por continuar uma história e encher de cenas de amor os porta-retratos da casa.
O Felipe foi criado assim, no meio de todas essas transformações em sua mãe e em seu pai. E eu tenho orgulho por mim e por ele. Pelo Fernando e pela Maria. Pela família que formamos e pelo que somos hoje.
Cresci um mundo com esse filho. Fomos a pracinhas, ao pediatra, à emergência, à escola, às festinhas, aos campinhos de futebol. Estou reaprendendo inglês, português, matemática, a história das capitanias hereditárias entre muitas outras coisas. Estou pensando em quando soltar sua mão e deixá-lo só no cinema, no shopping, no supermercado. Vivo intensamente ao seu lado.
Esse menino me dá coragem porque olha a vida de frente. Quer notebook e celular, mas faz da vida algo muito mais legal que isso. Espera sua vez vivendo seus dias cercado de amigos que trata bem, com alegria para estudar e garra para ir atrás do que acha certo. Se vira, mas gosta do seu leitinho na mão e da minha mão em sua cabeça na hora de dormir. Cuida de sua irmã, adora seus primos e sorri para os adultos da família de uma maneira fulminante: ganha o que quer. Vai para a casa dos avós e dorme ao seu lado, colocando num mesmo quarto, carinho, atenção e serenidade. Faz companhia ao pai, e tem com ele a cumplicidade dos amigos verdadeiros. Conta comigo pra tudo, me enlouquece de bagunça e de amor. Escreve textos incríveis de aventura e suspense, desenha monstros e alienígenas e compõe músicas que falam de sentimentos. Briga e pede perdão. Sabe o que é certo e o que é errado.
Ele é parte de mim e parte do Fernando. É o nosso amor em forma de gente. É um menino legal e um amigo fiel. Ele é um futuro que acredito ser certo: justo, esperto, batalhador e cheio de amor.
É meu coração e a minha verdade, esse meu filho lindo.
Ele chegou inaugurando uma nova geração. Foi o primeiro filho, o primeiro neto, o primeiro sobrinho dos Bianchi Machado. Foi a primeira grande mudança na minha rotina, o primeiro grande sinal de que eu poderia ser muito mais do que uma garota legal que tinha um casamento estável, uma carreira promissora, amigos bacanas e família unida.
Lembro da mistura de sensações que me eram cotidianas: um amor imenso, um cansaço imenso. Uma enxurrada de visitas, uma invasão de empregadas, babás e conselhos, um Fernando confuso e uma Silvia em cacos. Lembro de não gostar do meu peito doendo e nem do cheiro do leite, mas de amar ter aquele bebê pertinho de mim, e de mais um monte de ambiguidades que me tornavam uma mãe tão típica, dessas de qualquer revista feminina, tão igual a dos livros, tão mulher quanto à vizinha ao lado. Foi a ficha da feminilidade caindo: a responsabilidade por prover o amor à família, por organizar uma casa, por esperar o marido com sua cria nos braços, por continuar uma história e encher de cenas de amor os porta-retratos da casa.
O Felipe foi criado assim, no meio de todas essas transformações em sua mãe e em seu pai. E eu tenho orgulho por mim e por ele. Pelo Fernando e pela Maria. Pela família que formamos e pelo que somos hoje.
Cresci um mundo com esse filho. Fomos a pracinhas, ao pediatra, à emergência, à escola, às festinhas, aos campinhos de futebol. Estou reaprendendo inglês, português, matemática, a história das capitanias hereditárias entre muitas outras coisas. Estou pensando em quando soltar sua mão e deixá-lo só no cinema, no shopping, no supermercado. Vivo intensamente ao seu lado.
Esse menino me dá coragem porque olha a vida de frente. Quer notebook e celular, mas faz da vida algo muito mais legal que isso. Espera sua vez vivendo seus dias cercado de amigos que trata bem, com alegria para estudar e garra para ir atrás do que acha certo. Se vira, mas gosta do seu leitinho na mão e da minha mão em sua cabeça na hora de dormir. Cuida de sua irmã, adora seus primos e sorri para os adultos da família de uma maneira fulminante: ganha o que quer. Vai para a casa dos avós e dorme ao seu lado, colocando num mesmo quarto, carinho, atenção e serenidade. Faz companhia ao pai, e tem com ele a cumplicidade dos amigos verdadeiros. Conta comigo pra tudo, me enlouquece de bagunça e de amor. Escreve textos incríveis de aventura e suspense, desenha monstros e alienígenas e compõe músicas que falam de sentimentos. Briga e pede perdão. Sabe o que é certo e o que é errado.
Ele é parte de mim e parte do Fernando. É o nosso amor em forma de gente. É um menino legal e um amigo fiel. Ele é um futuro que acredito ser certo: justo, esperto, batalhador e cheio de amor.
É meu coração e a minha verdade, esse meu filho lindo.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Para a Maria e os seus 5 anos
Você me traz poesia e leveza. Me traz um olhar que brilha. Me põe um sorriso no rosto, uma alegria no ar. Você me conta histórias que adoro, trata seu pai com paixão e seu irmão com chamego. E veste vestidos, e gira, gira, e roda a saia como se fosse um baile diário a sua infância feliz. Você faz festa, faz birra, faz vida. Faz quem está ao seu lado sorrir. E é assim, minha menina, que você vai seguir.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Fé
Aconteceu de eu ter ao meu lado, na virada do ano, a tristeza mais profunda das tristezas. Vi alguém que gosto muito perder um filho. Um bebê amado, cria de uma história bonita. E para os novos dias deste ano, espero que grandes bênçãos que me são cotidianas se espalhem pela família que fica tão dilacerada na dor, tão firme na vida.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Aqui vai o meu texto para não esquecer das cenas que me encheram de emoção no festival de ballet da Maria. Quase não tirei fotos, a não ser na saída do último dia, quando Dorothy já estava cansada do mundo de Oz e queria mesmo era ir embora. Imaginei alguns cliques, ela de fantasia na entrada do teatro, ela fazendo caras e bocas, ela se despedindo de mim. Mas nada disso foi registrado. Chegamos atrasadas, em cima da hora para a pequena ir para o camarim. Ela não fez caras e bocas e nem se despediu de mim em grande estilo. Simplesmente pegou seu figurino e entrou, como se isso de entrar para dentro de um teatro fosse coisa simples e comum em seus dias.
Já nos ensaios de sábado, ela saía esbanjando sua cultura de bailarina. "Giselle é lindo, mamãe! É a história de uma camponesa que se apaixona por um príncipe". Gosto disso: constatar que ballet para ela é mais que uma atividade física. Nada de espírito blasé cult esnobe, mas é bom ver que os caminhos que tento abrir para que meus filhotes enxerguem como o mundo é melhor se for amplo, viram trilhas suaves e divertidas para eles.
Enfim, voltando ao dia do espetáculo, lá fui eu para a plateia. Assisti Giselle com "as bailarinas grandes" e nem achei tão lindo assim. Queria mesmo era pagar de mãe coruja e ver a Megolina de Dorothy.
E lá veio ela, no comecinho do segundo ato, momento em que Giselle saiu de cena e abriu espaço para os clássicos do cinema. Cheia de si, risinho no olhar, pé na pontinha e mão na cinturinha. Se faltou-lhe a delicadeza comum às bailarinas ao ordenar que a amiga fosse um pouco mais para a frente, sobrou-lhe atitude ao dançar solta e leve, feliz por estar no palco.
E assim foi no segundo dia de apresentação também. Ela lá, leve e solta, dançando a felicidade de seus quatro anos em movimentos desordenados, mas cheios de graça.
Leva jeito essa minha menina que quer ser bailarina.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Elas se descabelaram. Brigaram feio por causa do corte da unha, do esmalte e do sapato.
A de quatro anos queria unhas compridas, esmalte néon e sapatos de brilho. Endureceu na opinião e se esguelou de tanto chorar.
A de quase quarenta quis desistir e abrir mão da autoridade. Mas juntou forças, impôs castigo, ficou de coração partido. Depois foi fazer massagem.
A de quatro anos queria unhas compridas, esmalte néon e sapatos de brilho. Endureceu na opinião e se esguelou de tanto chorar.
A de quase quarenta quis desistir e abrir mão da autoridade. Mas juntou forças, impôs castigo, ficou de coração partido. Depois foi fazer massagem.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Roteiros
- Mamãe, tô com saudade da Disney, disse a Maria.
- Mãe, será que dá eu pra conhecer a Itália um dia? Posso fazer italiano no ano que vem? pergunta o Felipe
- Então, Ilhabela é uma ilha mesmo? Assim, no meio do mar? Como que a vovó Ita já morou lá e trabalhou numa escola lá, existem escolas numa Ilha, mamãe? se encanta a Maria
Também andamos falando sobre Santa Clara, Guarujá, São Paulo, Goiás, fazenda e neve.
Somos nós sonhando. São as férias chegando.
- Mãe, será que dá eu pra conhecer a Itália um dia? Posso fazer italiano no ano que vem? pergunta o Felipe
- Então, Ilhabela é uma ilha mesmo? Assim, no meio do mar? Como que a vovó Ita já morou lá e trabalhou numa escola lá, existem escolas numa Ilha, mamãe? se encanta a Maria
Também andamos falando sobre Santa Clara, Guarujá, São Paulo, Goiás, fazenda e neve.
Somos nós sonhando. São as férias chegando.
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Where dreams come true
Tivemos a Disney em nossas vidas com seus parques, parques e parques. Foi a primeira viagem internacional das crianças, e eles se divertiram muito com o que era novo e diferente. No mundo onde dreams come true eu vi a Maria acreditar que princesas e reinos existem, e que se pode beijar, abraçar e conversar com nobreza de coração. Percebi o Felipe tão feliz, oscilando entre ser um garotinho com bloquinho de autógrafos na mão, curtindo os bonecos de seus personagens favoritos e um adolescente desbravador de medos, montanhas russas e simuladores.
Senti meu amor crescendo pela família que criei com o Fernando. Me apaixonei ainda mais por meu marido em uma viagem sem roteiro romântico. Me emocionei e agradeci por estar ali, naquele programa família perfeita e por isso não ser só um programa, e sim um projeto que é legal e bom para a nossa vida todos os dias.
Então, lá, aconteceu algo inverso: a realidade virou sonho. Pelo cenário, pelo clima, pelos dias de sol e ventinho fresco no rosto. Pelo carro bacana que alugamos. Pelos novos sabores que provamos. Por uma família que faz tudo junto todos os dias. Por brincar com o Felipe na Space Montain e matar a saudade que eu tinha dessa aventura no escuro. Por conhecer o mundo do Harry Potter pelos olhos de meu filho, o do Gatola na Cartola pelo sorriso da minha filha. Por abraçar o Mickey e cia e conversar com o Popeye. Por ver baleias enormes e me emocionar, por ver o Felipe se virando em inglês, a Maria, ao seu modo, entendendo outra língua e outra cultura e por uma série se outras alegrias que vivemos porque estávamos lá.
Aqui, seguimos em frente sem o cenário, na labuta do plantio, da campanha na rua, das lições de casa, das provas, do ensaio do ballet, do supermercado e das lojas com preços muito altos.
Não importa. Nossa felicidade não depende da Disney, mas ganhou mais vida depois da viagem. Voltamos cheios de imaginação!
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
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