Nunca conheci um peixinho desses de aquário tão duro na queda quanto o Azulzinho. O Felipe ganhou este amiguinho acho que com uns 4 anos, quase 5. Era para ficar no seu quarto, fazendo companhia enquanto ele dormia. Tudo bem, a estratégia pouco deu certo, meu gato não dava lá muito valor para seu peixinho na madrugada, sempre preferiu a mamãe aqui, ou algum amigo para ocupar a "cama de baixo".
Mas, de dia, o Azulzinho brilhava. Ganhou o sobrenome Brilhante. Nadava de um lado para o outro e fisgava suas comidinhas de bolinha muito rápido. Ano após ano, até começar a ficar sem brilho, sem cor. As bolinhas ficavam boiando na água, esperando o velho peixinho ter fome.
Assim, Azulzinho começou a orgulhar seu dono por ser o peixe mais resistente que já existiu. Os peixinhos dos amigos todos morriam. Os da casa da vovó Dagna também. O peixinho da Nana, do Pedro... todos se foram, menos o guerreiro do Felipe.
Mas ontem, o Azulzinho morreu. Estava lá, boiando no aquário. O Felipe olhou, ficou em silêncio. Depois, já com o Fernando providenciando o enterro do bichinho, abraçou o aquário.
- Quer falar alguma coisa, filho?
- Azulzinho... você foi um peixe muito amado... buááááááá...
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