Identidade Secreta
- Mamãe, diz a Maria, antes de dormir, toda afundada em seu travesseiro macio da Moranguinho:
- Eu preciso te contar um segredo, mas você não conta nunca, pra ninguém?
- Pode falar, Meg.
- Na verdade, eu seu uma espiã secreta. Ninguém pode saber!
- Ah, é? E quem você espiona, agente Maria?
- As minhas advogadas.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Faz dez anos que o Felipe chegou para mim. Foi num dia tranquilo e bonito que um bebê saudável e rechonchudo me fez entrar num estado de encantamento que até hoje me embala e me move.
Ele chegou inaugurando uma nova geração. Foi o primeiro filho, o primeiro neto, o primeiro sobrinho dos Bianchi Machado. Foi a primeira grande mudança na minha rotina, o primeiro grande sinal de que eu poderia ser muito mais do que uma garota legal que tinha um casamento estável, uma carreira promissora, amigos bacanas e família unida.
Lembro da mistura de sensações que me eram cotidianas: um amor imenso, um cansaço imenso. Uma enxurrada de visitas, uma invasão de empregadas, babás e conselhos, um Fernando confuso e uma Silvia em cacos. Lembro de não gostar do meu peito doendo e nem do cheiro do leite, mas de amar ter aquele bebê pertinho de mim, e de mais um monte de ambiguidades que me tornavam uma mãe tão típica, dessas de qualquer revista feminina, tão igual a dos livros, tão mulher quanto à vizinha ao lado. Foi a ficha da feminilidade caindo: a responsabilidade por prover o amor à família, por organizar uma casa, por esperar o marido com sua cria nos braços, por continuar uma história e encher de cenas de amor os porta-retratos da casa.
O Felipe foi criado assim, no meio de todas essas transformações em sua mãe e em seu pai. E eu tenho orgulho por mim e por ele. Pelo Fernando e pela Maria. Pela família que formamos e pelo que somos hoje.
Cresci um mundo com esse filho. Fomos a pracinhas, ao pediatra, à emergência, à escola, às festinhas, aos campinhos de futebol. Estou reaprendendo inglês, português, matemática, a história das capitanias hereditárias entre muitas outras coisas. Estou pensando em quando soltar sua mão e deixá-lo só no cinema, no shopping, no supermercado. Vivo intensamente ao seu lado.
Esse menino me dá coragem porque olha a vida de frente. Quer notebook e celular, mas faz da vida algo muito mais legal que isso. Espera sua vez vivendo seus dias cercado de amigos que trata bem, com alegria para estudar e garra para ir atrás do que acha certo. Se vira, mas gosta do seu leitinho na mão e da minha mão em sua cabeça na hora de dormir. Cuida de sua irmã, adora seus primos e sorri para os adultos da família de uma maneira fulminante: ganha o que quer. Vai para a casa dos avós e dorme ao seu lado, colocando num mesmo quarto, carinho, atenção e serenidade. Faz companhia ao pai, e tem com ele a cumplicidade dos amigos verdadeiros. Conta comigo pra tudo, me enlouquece de bagunça e de amor. Escreve textos incríveis de aventura e suspense, desenha monstros e alienígenas e compõe músicas que falam de sentimentos. Briga e pede perdão. Sabe o que é certo e o que é errado.
Ele é parte de mim e parte do Fernando. É o nosso amor em forma de gente. É um menino legal e um amigo fiel. Ele é um futuro que acredito ser certo: justo, esperto, batalhador e cheio de amor.
É meu coração e a minha verdade, esse meu filho lindo.
Ele chegou inaugurando uma nova geração. Foi o primeiro filho, o primeiro neto, o primeiro sobrinho dos Bianchi Machado. Foi a primeira grande mudança na minha rotina, o primeiro grande sinal de que eu poderia ser muito mais do que uma garota legal que tinha um casamento estável, uma carreira promissora, amigos bacanas e família unida.
Lembro da mistura de sensações que me eram cotidianas: um amor imenso, um cansaço imenso. Uma enxurrada de visitas, uma invasão de empregadas, babás e conselhos, um Fernando confuso e uma Silvia em cacos. Lembro de não gostar do meu peito doendo e nem do cheiro do leite, mas de amar ter aquele bebê pertinho de mim, e de mais um monte de ambiguidades que me tornavam uma mãe tão típica, dessas de qualquer revista feminina, tão igual a dos livros, tão mulher quanto à vizinha ao lado. Foi a ficha da feminilidade caindo: a responsabilidade por prover o amor à família, por organizar uma casa, por esperar o marido com sua cria nos braços, por continuar uma história e encher de cenas de amor os porta-retratos da casa.
O Felipe foi criado assim, no meio de todas essas transformações em sua mãe e em seu pai. E eu tenho orgulho por mim e por ele. Pelo Fernando e pela Maria. Pela família que formamos e pelo que somos hoje.
Cresci um mundo com esse filho. Fomos a pracinhas, ao pediatra, à emergência, à escola, às festinhas, aos campinhos de futebol. Estou reaprendendo inglês, português, matemática, a história das capitanias hereditárias entre muitas outras coisas. Estou pensando em quando soltar sua mão e deixá-lo só no cinema, no shopping, no supermercado. Vivo intensamente ao seu lado.
Esse menino me dá coragem porque olha a vida de frente. Quer notebook e celular, mas faz da vida algo muito mais legal que isso. Espera sua vez vivendo seus dias cercado de amigos que trata bem, com alegria para estudar e garra para ir atrás do que acha certo. Se vira, mas gosta do seu leitinho na mão e da minha mão em sua cabeça na hora de dormir. Cuida de sua irmã, adora seus primos e sorri para os adultos da família de uma maneira fulminante: ganha o que quer. Vai para a casa dos avós e dorme ao seu lado, colocando num mesmo quarto, carinho, atenção e serenidade. Faz companhia ao pai, e tem com ele a cumplicidade dos amigos verdadeiros. Conta comigo pra tudo, me enlouquece de bagunça e de amor. Escreve textos incríveis de aventura e suspense, desenha monstros e alienígenas e compõe músicas que falam de sentimentos. Briga e pede perdão. Sabe o que é certo e o que é errado.
Ele é parte de mim e parte do Fernando. É o nosso amor em forma de gente. É um menino legal e um amigo fiel. Ele é um futuro que acredito ser certo: justo, esperto, batalhador e cheio de amor.
É meu coração e a minha verdade, esse meu filho lindo.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Para a Maria e os seus 5 anos
Você me traz poesia e leveza. Me traz um olhar que brilha. Me põe um sorriso no rosto, uma alegria no ar. Você me conta histórias que adoro, trata seu pai com paixão e seu irmão com chamego. E veste vestidos, e gira, gira, e roda a saia como se fosse um baile diário a sua infância feliz. Você faz festa, faz birra, faz vida. Faz quem está ao seu lado sorrir. E é assim, minha menina, que você vai seguir.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Fé
Aconteceu de eu ter ao meu lado, na virada do ano, a tristeza mais profunda das tristezas. Vi alguém que gosto muito perder um filho. Um bebê amado, cria de uma história bonita. E para os novos dias deste ano, espero que grandes bênçãos que me são cotidianas se espalhem pela família que fica tão dilacerada na dor, tão firme na vida.
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