Lá, o tempo era o que não nos faltava. A gente acordava tarde, e ainda assim, vivia, vivia e vivia: o cheiro do café, o frio do vento,
a água quentinha da banheira; o acordar com o barulhinho das crianças brincando
na sala, o caminhar longo e lindo de todos os dias. Quer vida mais viva que
essa? Não pode ter sido só dez dias.
Eu vivi conviver com crianças todos os dias, ir àquitanda e ao supermercado a pé, tomar
conta de tudo e me deixar levar pelas ruas ao mesmo tempo. Eu saí sem medo e
era quase meia-noite. E a minha sobrinha de 10 anos buscou sozinha uma comidinha
na delicatessen do quarteirão ao lado, também destemida.
Eu vivi as crianças brincando em castelos, e o vento frio no rosto, e saí de novo pra comprar vinho numa noite de chuva, a pé e sem medo. Eu agradeci a Deus por estar no alto da montanha, por ter chegado lá “frutuantemente frutuante”, como disse a Maria, por ser acolhida na casa da minha família lá. Eu vi meu filho ganhar um autógrafo de um grande jogador de futebol e me olhar com olhos agradecidos.
Eu vivi as crianças brincando em castelos, e o vento frio no rosto, e saí de novo pra comprar vinho numa noite de chuva, a pé e sem medo. Eu agradeci a Deus por estar no alto da montanha, por ter chegado lá “frutuantemente frutuante”, como disse a Maria, por ser acolhida na casa da minha família lá. Eu vi meu filho ganhar um autógrafo de um grande jogador de futebol e me olhar com olhos agradecidos.
Eu desencanei do turismo e viajei. Os meus filhos gostaram
mais do parquinho público ao lado da casa da tia do que do Parque Guel. E um
Gaudi foi surgindo no coração deles porque curtiram a cidade e não a obra. Por isso, vivemos em Barcelona. Por dez dias, um novo estilo de vida que não se encontra fácil por aqui.
Mas, aqui é bom e quentinho, tem nossa casa, o trabalho e a escola. E tem o Fe. E voltar faz parte desse poder ir e vir que é o melhor continente do mundo.
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